Como distinguir o teimoso do persistente?

O coração do homem pode fazer planos,
mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor (Pv 16.1)

Há uma linha muito tênue, quase invisível, que divide a persistência da teimosia. Nem todos conseguem enxergá-la. Alguns, na verdade, parecem não querer enxergá-la. Esse provérbio pode ser usado como um excelente teste para saber em qual das duas categorias eu me encaixo. Primeiro, veja que o provérbio faz uma separação entre aquilo que é responsabilidade do ser humano e aquilo que é prerrogativa do Senhor. Ao ser humano cabe o privilégio (e às vezes a necessidade) de planejar o que pretende fazer, enquanto que ao Senhor cabe o direito de enviar a resposta por meio de lábios de quem ele quiser.

Já encontrei várias pessoas que não tinham atentado para o fato de o provérbio não dizer que “a resposta certa vem dos lábios do Senhor”. Esse pequeno detalhe é a chave para entender a mensagem do texto. O fato de termos o privilégio e a liberdade de planejar não limita ou condiciona a resposta que Deus enviará. Deus poderia, se ele quisesse, enviar a resposta aos nossos planos diretamente a nós, mas, ao fazer isso por meio de lábios de outros, ele nos obriga a submeter nossos planos à apreciação de terceiros.

É precisamente nesse ponto que identificamos quem é o teimoso e quem é o persistente. O teimoso não gosta de submeter seus planos à apreciação de outros, temendo ser dissuadido daquilo que ele já decidiu fazer. O persistente submete seus planos ao parecer de outros, desejando ser avaliado e até dissuadido, se for o caso. O teimoso tem dificuldade em aceitar, como resposta de Deus, aquilo que ameaça a execução de seus planos. O persistente faz tudo o que é solicitado, do modo como foi solicitado e na hora em que foi solicitado (daí a sua persistência), mas ele sabe quando é o momento de parar. O teimoso tem dificuldade em separar seus planos da sua própria pessoa; quando seus projetos são criticados, ele toma isso como crítica à sua pessoa. O persistente não desiste diante da necessidade contínua de revisar os seus planos a cada crítica que recebe.

Aplicação

  1. Você costuma mostrar a outras pessoas o que você planejou, buscando receber um comentário ou crítica?
  2. Qual é a resposta mais provável que você daria, caso alguém lhe dissesse: “Você quer meu conselho? Larga mão disso”.
  3. Quanto daquilo que você planeja depende somente de você a execução?

 

Lembrou-se de alguém enquanto lia? Compartilhe.

Professor, pesquisador e pastor. Amo ouvir, refletir e divulgar boas ideias. Creio, sigo e sirvo o Deus que se revelou nas Escrituras do Antigo e Novo Testamentos.

Deixe um comentário