Estive pensando no que aconteceu com Zacarias, pai de João Batista, nos dias do novo testamento, quando recebeu a visita do anjo Gabriel com a seguinte mensagem: “Você ficará alegre e feliz, e muitos ficarão contentes com o nascimento dele” (Lucas 1.14-25). A continuação do relato bíblico nos diz que Zacarias cometeu um erro elementar de pedir um tipo de garantia e prova de que aquilo realmente aconteceria. O anjo Gabriel não viu com bons olhos o pedido dele e puniu de forma imediata o gesto de incredulidade de Zacarias. Por quê? Muitos já duvidaram daquilo que Deus prometeu fazer e, mesmo assim, não foram tratados com o mesmo rigor. O que aconteceu? Há pelo menos duas razões para Zacarias ter sido tratado dessa forma. Primeiramente, há o vacilo de não ter percebido QUEM estava falando com ele. A primeira reação do anjo em resposta à dúvida de Zacarias foi lembrá-lo de QUEM estava falando com ele: “Eu sou Gabriel, que estou a serviço de Deus, e fui enviado para falar com você” (Lucas 1.19). Em um mundo em que…
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Estive Pensando 15
Estive pensando na frase comumente utilizada entre cristãos: “Se Deus disciplina a quem ama, eu devo ser uma pessoa muito amada por ele, pois tenho sido constantemente alvo de sua disciplina”. Parte dessa lógica vem do texto bíblico que afirma isso (Hebreus 12.5-6). Entretanto, a conclusão a que chegamos a respeito disso nem sempre é compatível com a bíblia. Veja, o texto bíblico não diz que Deus disciplina PORQUE ele nos ama, mas sim que ele disciplina aqueles que ele ama. São duas coisas diferentes. Qual a diferença? Primeiramente, devemos entender que Deus nos corrige porque precisamos de correção. Se estamos em alguma medida nos distanciando da sua vontade, ele nos corrige para trazer-nos de volta para o seu lado. Mas veja que a razão inicial é a nossa necessidade de correção e não o seu amor. Quando invertemos a ordem desses dois elementos somos tentados a ignorar o motivo real da nossa disciplina. Nos aconchegamos debaixo do seu amor e ignoramos as necessidades de disciplina. Não inverta as razões de Deus, não se sinta desobrigado de refletir em suas…
Estive Pensando 14
Estive pensando recentemente no modo como Deus se tornou um forte obstáculo à pregação do evangelho numa região que Paulo tentava evangelizar (Atos 16.3-10). Ora Deus impedia que ele chegasse ao local, ora ele impedia que Paulo falasse na região que ele havia conseguido chegar. Veja, Deus tem suas razões e não cabe a mim questioná-las. Meu ponto é: Não seria mais fácil ter dito antecipadamente a ele aonde ir? Isso seria muito melhor do que deixá-lo gastar tempo, recursos e energia para, no final, bater com a cara numa porta fechada por Deus. É lógico que seria melhor, mas por que Deus age assim? De forma geral, Deus não precisaria dizer onde pregar o evangelho, já que o mundo todo precisa ouvi-lo. Mas se esse é o caso, por que, então, impedir que o evangelho fosse pregado naquela região? Eu consigo pensar em duas razões. Primeiro, Deus não está impedindo que aquela região seja evangelizada; ele está impedindo que Paulo fizesse isso. São duas coisas diferentes. E por que ele não queria que Paulo fizesse isso? Não sei. Como…
Estive Pensando 13
Estive pensando no que aconteceu com o personagem que aparece no livro de Atos chamado Apolo, o judeu natural de Alexandria (Atos 18.24-28). Ele é descrito como um homem “eloquente e poderoso nas Escrituras”. Na prática, o que quer dizer isso? Bem, o texto mesmo continua explicando o que isso quer dizer: ele era instruído no caminho do Senhor, fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, conhecendo apenas o batismo de João. O que me chamou a atenção foi a frase “com precisão”. O restante do relato sobre Apolo, especialmente sua interação com Áquila e Priscila, que eram apenas membros da igreja em Corinto, deixou claro que “precisão” nem sempre significa “exatidão”. Precisão tem a ver com o modo como falamos; exatidão tem a ver com o conteúdo daquilo que falamos. Veja, então, que a reputação de Apolo como eloquente e poderoso nas Escrituras se tornou mais importante do que a exatidão daquilo que ele falava. Os que ouviram e se admiraram da sua precisão não se preocuparam com a exatidão do seu conteúdo. O…
Estive Pensando 12
Estive pensando recentemente no provérbio que diz: “Sem conselhos os projetos fracassam, mas com muitos conselheiros há sucesso” (Provérbios 15.22). Esse provérbio contradiz o dito popular “se conselho fosse bom, não se dava, vendia-se”. O raciocínio por detrás desse dito é que não se entrega a troco de nada aquilo que tem efetivamente algum valor, logo, se alguém tanto se empenha para passar adiante alguma coisa sem custo, deve haver algum aspecto negativo que não estamos vendo. Qual é a pegadinha? O que não estamos conseguindo ver? Não há pegadinha. O provérbio bíblico está fundamentado num raciocínio diferente. Os conselhos que realmente nos auxiliam são impagáveis. O desafio para a geração mais jovem hoje é o de conciliar “projeto” com “conselho”. É comum encontrar os que dizem: “Obrigado! Eu não preciso mais de conselho; eu já tenho um projeto”. Em certos casos, percebo que isso pode se tornar um testemunho de triunfo: “Eu sou o pai desse projeto! Ninguém me deu conselho para chegar aonde cheguei”. O problema básico com esse tipo de raciocínio é que nem todos percebem a…