A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. Provérbios 15.1
Você já procurou saber se o tom da sua voz acalma ou irrita aqueles que precisam te ouvir? Falar alto não é a mesma coisa que falar gritando. O grito tem um elemento de ira associado a ele. Falar num tom ríspido e grosseiro é um vício que contagia rapidamente o ambiente; quem costuma falar num tom ríspido já nem percebe o fato. A comunicação, em tese, é a ferramenta mais importante na construção e preservação da comunhão entre duas pessoas. Quando estamos num elevador, por exemplo, quando a proximidade entre as pessoas é um fator momentaneamente obrigatório, geralmente mantemos a comunicação quase no nível zero. Não sabemos se a pessoa que acabou de entrar no elevador saiu de uma longa discussão conjugal, de um irritante momento com o pedreiro, marceneiro ou pintor. Não sabemos se as pessoas estão atrasadas, cansadas, doentes, solitárias, ou desejosas de gastar um tempo conversando. Em momentos como estes, aquilo que falamos (e especialmente o tom das nossas palavras!) pode transtornar completamente o ambiente. Todas estas situações ilustram bem o raciocínio do provérbio que diz: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1).
Muitas tragédias poderiam ser evitadas simplesmente por seguir o conselho deste provérbio – ajustar o tom da sua voz para que a sua resposta seja branda. Uma ocasião cheguei em meu prédio e, ao abrir a porta do elevador social, deparei-me com um entregador de pizza usando o elevador vetado para entregadores. O jovem estava com o capacete no topo da cabeça e a caixa térmica gigantesca nas costas. No momento que alguém lhe perguntou se ele sabia que o elevador de serviço estava logo ali, o jovem explodiu. Chingou, gritou, desacatou os condôminos no elevador – transtornou o ambiente! Sua resposta causou imediata reação nos que estavam presentes. Sua palavra dura suscitou mais ira, e ira sobre ira sempre culmina em tragédias inesperadas ou irreparáveis. Este provérbio nos ensina que a “ira alheia” não precisava nos atingir. Precisamos desenvolver a arte de “desviar o furor” que não foi originalmente direcionado à nossa pessoa. Veja que o provérbio não fala de “acalmar a pessoa enfurecida”, mas apenas desviar o seu furor para quem de direito.
Em termos gerais, nada é capaz de causar mais furor num ser humano do que as palavras e atos de outro ser humano. O contrário também pode ser verdadeiro – nada acalma mais uma pessoa enfurecida do que as palavras certas e gestos de justiça e amor. Como cristão, precisamos aprender esta mensagem simples deste provérbio, a saber, nos desviarmos da ira que não nos pertence. Quando suscitamos a ira alheia com palavras duras e ríspidas, acrescentamos mais uma pessoa no ciclo de fúria que originalmente não me incluía. Dependendo do assunto que suscitou a fúria e o relacionamento entre as pessoas envolvidas, o acréscimo de pessoas novas no ciclo de fúria cresce rapidamente, atingindo proporções gigantescas. Aprendamos a ajustar o tom da nossa voz. Aprendamos a fugir da “bala perdida” chamada fúria alheia. Experimente ternura em lugar da rispidez. Pratique a resposta branda.
De volta ao mesmo elevador, agora numa ocasião diferente, éramos quatro pessoas: Eu e uma senhora com duas crianças. Uma parecia ser sua neta e o outro um amigo do prédio, ambos na faixa de 6 a 7 anos. Os três entraram no elevador ofegantes e se calaram por um tempo. O trajeto era de dezessete andares. Após o “minuto de silêncio”, o garoto comentou (um comentário aparentemente dirigido a qualquer um dos que estavam no elevador): “Eu estou usando minha cueca nova do Ben 10, que ganhei de aniversário. Alguém quer ver?” Até hoje dou risadas ao me lembrar deste episódio. Surpreenda as pessoas com palavras brandas, especialmente se você é conhecido por ser ríspido.
Coragem! Você não está sozinho. Veja como outras pessoas já reagiram nas últimas 24 horas. Responda a pesquisa abaixo e confira a porcentagem das respostas.
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