Estive pensando, por ocasião da Páscoa, no sinal que Deus ordenou que se colocasse nas portas das casas daqueles que celebraram a ceia pascal: o sangue do cordeiro (Êxodo 12.21-18). Que isso aponta para o sangue de Cristo, todos já sabem. Porque Deus precisava desse sinal para não matar um primogênito dentre os hebreus, é uma pergunta que me faz pensar. A razão é simples. Durante algumas das pragas que aconteceram no Egito, antes dessa última, Deus não precisou de nenhum sinal para fazer distinção entre os egípcios e os hebreus.
O sinal a ser colocado nas portas era para o destruidor, o anjo da morte que passaria naquela noite ceifando a vida dos primogênitos de todos os egípcios, incluindo os primogênitos dos seus animais. Um detalhe curioso sobre esse sinal colocado na viga da porta é que só funcionava se as pessoas permanecessem porta adentro. Mesmo que a minha casa tivesse colocado o sinal, isso não me daria o direito de perambular pela cidade do Egito naquela noite.
O sinal da Páscoa colocava uma ênfase sobre a casa e não sobre o indivíduo. Bastava um sinal para proteger todos os que estavam naquele lar. Isso aponta para a graça comum de Deus, estendida a todos os membros daquela família, incluindo os estrangeiros que porventura estivessem debaixo daquele teto e os animais pertencendo àquela família. O sinal da Páscoa, portanto, enfatiza libertação e abrigo seguro quando o destruidor ronda o nosso lar.
Embora a Páscoa devesse ser celebrada porta adentro, as pessoas celebrando deveriam estar prontas para sair de casa a qualquer momento. A instrução bíblica era, “assim que vocês devem comê-lo: já prontos para viajar, com as sandálias nos pés e o cajado na mão” (Êxodo 12.11). Nesse sentido, o sinal da Páscoa não era uma proteção permanente para aquele lar, mas apenas para aquela noite. Antes de terminar aquela noite, o povo deixaria o Egito para nunca mais voltar.
Esse é um aspecto da Páscoa que costumamos nos esquecer dele: o encerramento de uma vida inteira de servidão e o início de uma nova vida liberta para poder adorar a Deus no monte Sinai. Mas, o sinal na porta significava isso tudo? Por que Deus quis colocar tanta ênfase naquele sinal na noite que o povo saiu do Egito?
O sangue aspergido na porta era uma declaração de que, naquela casa, um cordeiro representando o primogênito já havia sido morto. Essa é a razão por que o anjo da morte não precisava adentrar aquela casa. Nesta Pascoa, seja um sinal de bênção em seu lar ou onde quer que você more. Seja aquela pessoa por meio de quem Deus poderá poupar muitos ao seu redor.