Há um dito popular que diz: “sorrir é um excelente remédio”. Eu diria: depende da doença. A Bíblia, por outro lado, diz: Até no riso tem dor o coração, e o fim da alegria é tristeza (Provérbios 14.13). Quanto tempo você consegue rir sem parar? O fim de uma longa e gostosa gargalhada é sempre um suspiro de exaustão e cansaço. Rir cansa! Conheço pessoas que quando riem sacodem todo o corpo, outras parecem soluçar e outras parecem até estar chorando quando riem. Loucura! Tudo isso parece difícil de combinar com a definição que temos de “riso”. A mensagem deste provérbio afirma que há uma dor “no coração” quando rimos. Como assim? A manifestação de alegria por meio do sorriso é um privilegio apenas dos seres humanos; nenhuma outra criatura é capaz de manifestar satisfação com riso da mesma maneira que nós humanos fazemos. Diferente da hiena ou de um papagaio, os quais parecem “rir” como nós, o sorriso do ser humano está vinculado àquilo que está acontecendo dentro do coração. Este é o motivo porque este provérbio relaciona o riso com o coração.

A questão levantada pelo provérbio é de que a vida do ser humano segue um ciclo com altos e baixos que deveriam ser entendidos como parte da existência humana. Não seria honesto dizer nem esperar que nossa vida fosse um constante riso, muito menos uma constante experiência de dor. Nossa tarefa como cristãos não é a de tentar transformar todos os dias em sorriso sem dor, mas precisamos prever que dias virão quando não teremos motivos para rir. Nestes dias, a esperança é saber que este é apenas um trecho do ciclo de nossas vidas. Outra dificuldade é que nem sempre os ciclos de alegria e dores acontecem ao mesmo tempo para todos; é bem provável que teremos que conviver com nossa tristeza em meio a alegria de outros. Em resumo: o riso não é um remédio milagroso. Nossa maior alegria se alcança em Cristo, quando nos alegramos em nossa comunhão com o Pai por meio dele.