Estive pensando recentemente no caso de Caleb, um dos 13 espias que foram explorar a terra prometida antes da conquista. Ele ficou conhecido por não ter sido influenciado pelo pessimismo dos demais espias, encorajando o povo a não se intimidar com os gigantes, filhos de Anaque, que precisavam ser derrotados para que a terra fosse conquistada. Onde ele arranjava tanta coragem? Será que isso era fruto da sua imaturidade, por ser ainda jovem, ou era algo que tinha uma razão específica?
Quarenta e cinco anos depois dessa ocasião, agora com oitenta e cinco anos, Caleb se apresenta diante de Josué para receber a porção da terra que lhe fora prometida. Detalhe: a cidade que ele queria era exatamente a que era habitada pelos gigantes. Em Josué 14.11 lemos sobre sua coragem que ainda permanecia a mesma: “Estou tão forte hoje como no dia em que Moisés me enviou. A força que eu tinha naquele dia eu ainda tenho agora, tanto para combater na guerra como para fazer o que for necessário”. E aí? Será que a opinião que ele tem sobre si mesmo corresponde à verdade ou é mais um gesto para encorajar os mais jovens?
Há dois motivos que me levam a crer que ele não estava pensando a seu respeito mais do que convinha. Primeiro, ele reconhece que a força que ele tinha antes é a mesma que tem agora aos oitenta e cinco anos. Isso não precisa ser entendido como uma declaração de que ele ainda tinha o vigor físico de um jovem, mas sim que ele já tinha aprendido que a nossa força não é o mais importante quando estamos lutando as batalhas de Deus. Sentimento de derrota e desestímulo só vêm sobre aqueles que confiaram demais na própria força. Deus não precisa da nossa força; ele quer usar a nossa fé.
O segundo motivo apresentado por Caleb é a sua disposição de fazer o que era necessário. Tanto os que têm força quanto os que têm fé podem correr o risco de se envolver com aquilo que não é necessário, e isso é uma receita para a derrota. Saber o que é necessário e se dispor a fazê-lo é a receita para o sucesso. Caleb em seus oitenta e cinco anos já tinha aprendido uma lição que todos nós devemos aprender: Deus não espera que façamos tudo o que estiver ao nosso alcance, ele espera que façamos aquilo que é necessário ser feito. Pense nisso.