Estive pensando recentemente no modo como Deus se tornou um forte obstáculo à pregação do evangelho numa região que Paulo tentava evangelizar (Atos 16.3-10). Ora Deus impedia que ele chegasse ao local, ora ele impedia que Paulo falasse na região que ele havia conseguido chegar. Veja, Deus tem suas razões e não cabe a mim questioná-las. Meu ponto é: Não seria mais fácil ter dito antecipadamente a ele aonde ir? Isso seria muito melhor do que deixá-lo gastar tempo, recursos e energia para, no final, bater com a cara numa porta fechada por Deus. É lógico que seria melhor, mas por que Deus age assim? De forma geral, Deus não precisaria dizer onde pregar o evangelho, já que o mundo todo precisa ouvi-lo. Mas se esse é o caso, por que, então, impedir que o evangelho fosse pregado naquela região? Eu consigo pensar em duas razões. Primeiro, Deus não está impedindo que aquela região seja evangelizada; ele está impedindo que Paulo fizesse isso. São duas coisas diferentes. E por que ele não queria que Paulo fizesse isso? Não sei. Como…
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Estive Pensando 13
Estive pensando no que aconteceu com o personagem que aparece no livro de Atos chamado Apolo, o judeu natural de Alexandria (Atos 18.24-28). Ele é descrito como um homem “eloquente e poderoso nas Escrituras”. Na prática, o que quer dizer isso? Bem, o texto mesmo continua explicando o que isso quer dizer: ele era instruído no caminho do Senhor, fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, conhecendo apenas o batismo de João. O que me chamou a atenção foi a frase “com precisão”. O restante do relato sobre Apolo, especialmente sua interação com Áquila e Priscila, que eram apenas membros da igreja em Corinto, deixou claro que “precisão” nem sempre significa “exatidão”. Precisão tem a ver com o modo como falamos; exatidão tem a ver com o conteúdo daquilo que falamos. Veja, então, que a reputação de Apolo como eloquente e poderoso nas Escrituras se tornou mais importante do que a exatidão daquilo que ele falava. Os que ouviram e se admiraram da sua precisão não se preocuparam com a exatidão do seu conteúdo. O…
Estive Pensando 12
Estive pensando recentemente no provérbio que diz: “Sem conselhos os projetos fracassam, mas com muitos conselheiros há sucesso” (Provérbios 15.22). Esse provérbio contradiz o dito popular “se conselho fosse bom, não se dava, vendia-se”. O raciocínio por detrás desse dito é que não se entrega a troco de nada aquilo que tem efetivamente algum valor, logo, se alguém tanto se empenha para passar adiante alguma coisa sem custo, deve haver algum aspecto negativo que não estamos vendo. Qual é a pegadinha? O que não estamos conseguindo ver? Não há pegadinha. O provérbio bíblico está fundamentado num raciocínio diferente. Os conselhos que realmente nos auxiliam são impagáveis. O desafio para a geração mais jovem hoje é o de conciliar “projeto” com “conselho”. É comum encontrar os que dizem: “Obrigado! Eu não preciso mais de conselho; eu já tenho um projeto”. Em certos casos, percebo que isso pode se tornar um testemunho de triunfo: “Eu sou o pai desse projeto! Ninguém me deu conselho para chegar aonde cheguei”. O problema básico com esse tipo de raciocínio é que nem todos percebem a…
Estive Pensando 11
Estive pensando esses dias sobre o provérbio: “Não havendo bois, o celeiro fica limpo, mas pela força do boi há abundância de colheitas” (Pv 14.4). O trabalho do ser humano é auxiliado, desde o princípio da humanidade, pela força dos animais. Especialmente depois da queda, quando o trabalho humano foi dificultado pela presença das pedras e os espinhos, a força do boi, puxando o arado para preparar o solo, representa um grande auxílio à nossa tarefa. Essa é a parte boa do provérbio. Todavia, o benefício da força do boi traz consigo a inevitável sujeira causada por sua presença no celeiro. A palavra “celeiro” pode também ser traduzida por “estábulo” ou “coxo”. Não tem como manter o estábulo limpo quando o boi está presente. Por outro lado, não tem como obter uma colheita abundante sem a ajuda do boi. No final das contas, o contraste é entre a sujeira causada pelo boi e a abundância que ele proporciona. Foi isso que me fez pensar no seguinte: a grande mensagem desse provérbio é que precisamos aprender a ter paciência com a…
Estive Pensando 10
Estive pensando recentemente no caso de Caleb, um dos 13 espias que foram explorar a terra prometida antes da conquista. Ele ficou conhecido por não ter sido influenciado pelo pessimismo dos demais espias, encorajando o povo a não se intimidar com os gigantes, filhos de Anaque, que precisavam ser derrotados para que a terra fosse conquistada. Onde ele arranjava tanta coragem? Será que isso era fruto da sua imaturidade, por ser ainda jovem, ou era algo que tinha uma razão específica? Quarenta e cinco anos depois dessa ocasião, agora com oitenta e cinco anos, Caleb se apresenta diante de Josué para receber a porção da terra que lhe fora prometida. Detalhe: a cidade que ele queria era exatamente a que era habitada pelos gigantes. Em Josué 14.11 lemos sobre sua coragem que ainda permanecia a mesma: “Estou tão forte hoje como no dia em que Moisés me enviou. A força que eu tinha naquele dia eu ainda tenho agora, tanto para combater na guerra como para fazer o que for necessário”. E aí? Será que a opinião que ele tem…