Estive Pensando 32

Estive pensando nas palavras do provérbio que diz: “Quem anda com integridade anda com segurança, 
 mas quem segue veredas tortuosas será descoberto.” (Pv 10:9) Há realmente uma relação entre a segurança e a integridade? Numa cidade com a de São Paulo, a afirmação desse provérbio parece não fazer o menor sentido. Tanto o que anda com integridade como o que anda em desonestidade são vítimas da insegurança. Por que, então, aquele que anda com integridade anda com segurança? A que tipo de integridade e que tipo de segurança o provérbio está se referindo? A ideia de integridade relacionada ao caminho de uma pessoa é um tema que aparece pela primeira vez no livro de Provérbios no discurso da Sabedoria em Pv 1:33, quando ela adverte: “mas quem me ouvir viverá em segurança”. De igual modo, os pais que instruem o filho em Pv 3:23 garantem que a obediência trará o mesmo resultado: “Então você seguirá o seu caminho em segurança, e não tropeçará” (Pv 3:23). Em ambos os casos a integridade parece estar relacionada à obediência aos mandamentos do Senhor….

Estive Pensando 31

Estive Pensando nas palavras do provérbio que diz: “O crisol prova a prata, e o forno, o ouro; mas aos corações prova o Senhor” (Provérbios 17.3). Eu gostaria que Deus tivesse dado essa capacidade ao ser humano; cada um deveria ser capaz de provar o seu próprio coração. Já sabemos de antemão que o coração humano é enganoso, além de ser desesperadamente corrupto (Jeremias 17.9). Por que Deus não nos deu a capacidade para prová-lo? Esse provérbio afirma a prerrogativa que o Senhor tem de provar nosso coração, mas oferece também dois elementos de comparação para entendermos a afirmação feita. O crisol é um recipiente feito de material resistente a altíssimas temperaturas, onde metais como a prata são provados. O forno, por outro lado, é um ambiente capaz de produzir temperaturas altíssimas, dentro do qual metais como o ouro são provados. Em ambos os casos a temperatura é o elemento definidor na tarefa de provar a prata e o ouro. O efeito do calor extremo nesses dois elementos provoca a remoção de impureza que foram acumulando ao longo do tempo…

Estive Pensando 30

Estive Pensando nas palavras que encerram a oração que Cristo ensinou aos seus discípulos: “pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!” (Mateus 6.13). Como alguns já devem saber, esse trecho aparece entre colchetes em algumas versões da bíblia em português. Isso significa que essa conclusão não consta nos manuscritos mais antigos; ela foi inserida posteriormente, depois dos dias de Cristo e dos apóstolos. De qualquer forma, essas palavras ecoam a oração de Davi em agradecimento pelas ofertas recebidas para a construção do templo em Jerusalém (1 Crônicas 29.11-12). No final do primeiro século, na famosa obra Didaque, a oração que Cristo ensinou aos seus discípulos já aparece com esse final estendido.  O que podemos aprender dessa conclusão? Primeiramente, devemos observar que dos três elementos apresentados na conclusão (reino, poder e glória), somente o primeiro aparece no corpo da oração. O modo como a conclusão é anexada à oração, com a partícula “pois”, sugere que entendamos essas palavras como uma justificativa para pedir e afirmar todas as coisas que lemos na oração. Pedimos “venha a…

Estive Pensando 29

Estive Pensando nas palavras de Cristo na oração que ensinou seus discípulos: “e não dos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” (Mateus 6.9). Esse é um dos pedidos mais difíceis que Jesus apresenta em sua oração modelo, especialmente vindo de alguém que foi conduzido pelo Espírito para o deserto a fim de ser tentado. Não estaria isso em conflito com a instrução “resisti ao diabo e ele fugirá de vós” (Tiago 4.7)? Ou, “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo” (Efésios 6.11)? A primeira impressão que se tem é a de que o pedido que Jesus faz em sua oração desencoraja o uso das práticas espirituais mencionadas por Paulo e Tiago. Se pedirmos para Deus nos livrar da tentação, não precisaremos resistir ao diabo nem nos revestir com as armaduras espirituais. Tiago chega até dizer que é bem-aventurado aquele que suporta com perseverança a provação (Tiago 1.12). Qual seria, então, a justificativa para Jesus ensinar seus discípulos a pedir algo assim? O caminho para entendermos esse ensinamento de Jesus…

Estive Pensando 28

Estive Pensando nas palavras de Cristo na oração que ensinou seus discípulos: “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6.9). Como entender essa ideia se o perdão depende daquilo que Cristo fez? O evangelho de Lucas ainda complica mais a situação quando diz: “perdoa-nos os nossos pecados” (Lucas11.4). Imagine a cena: Nós, dirigindo-nos ao Pai, pedindo que ele perdoe as nossas dívidas ou pecados porque temos já dado o passo inicial de perdoar nossos devedores. Quem você acha que ficou de fora nessa negociação? Não é possível que Jesus estivesse insinuando que a condição para Deus nos perdoar é aquilo que fazemos em nossas relações uns com os outros. Não que não devamos perdoar uns aos outros, mas condicionar o perdão de Deus nesses termos parece diminuir a importância daquilo que Cristo fez na cruz. Certamente isso não é um ensino raro ou acidental da parte de Jesus. O texto que vem logo após essa oração trata desse mesmo tema (Mt 6.14-15). Em Mateus 18.23-35 Jesus compara o reino de Deus com uma…